
Uma revisão dos KPIs mais utilizados e recomendações práticas para definir indicadores de sucesso para o próximo ano.
Ao longo de 2025, a sua empresa provavelmente definiu uma série de indicadores de desempenho para orientar decisões, acompanhar resultados e ajustar a estratégia. Mas, com um novo ano à vista, é tempo de refletir: o que realmente medimos — e o que deveríamos medir em 2026?
Os KPIs empresariais 2026 não podem ser apenas uma repetição do passado. Devem evoluir com o contexto, com os objetivos estratégicos e com a maturidade da organização. Neste artigo, propomos uma análise crítica aos KPIs de 2025 e orientações práticas para definir indicadores realmente relevantes para o próximo ciclo.
O que são KPIs e como devem evoluir
KPIs (Key Performance Indicators) são indicadores-chave de desempenho que permitem medir, de forma objetiva, o progresso de uma organização rumo aos seus objetivos estratégicos. Mais do que simples números, os KPIs oferecem clareza sobre o que importa monitorizar e melhorar.
No entanto, nem toda métrica é um bom KPI. Para ser eficaz, um KPI deve estar diretamente ligado a um objetivo estratégico, ser mensurável e acionável, ter um prazo definido e ser relevante no contexto específico da empresa e do seu setor. Escolher os KPIs certos é essencial para orientar decisões e garantir um crescimento focado e sustentável.
Por que os KPIs devem evoluir?
Um erro comum em muitas empresas é manter os KPIs ano após ano, sem questionar se ainda fazem sentido. No entanto, o mercado está em constante mudança, os objetivos estratégicos evoluem e a tecnologia — bem como o acesso a dados — avança rapidamente.
Por isso, é fundamental que os KPIs acompanhem essas transformações. Um indicador que era crucial há dois anos pode, hoje, estar desatualizado ou até limitar a inovação. Os KPIs devem evoluir com o negócio — e não o contrário. Rever regularmente os indicadores, é essencial para garantir que continuam a refletir as verdadeiras prioridades da empresa.
Análise crítica dos KPIs usados em 2025
Antes de olhar para o futuro, vale a pena fazer uma revisão honesta do que foi medido em 2025.
Estavam alinhados com os objetivos estratégicos?
Um erro comum é medir o que é fácil ou habitual — e não o que importa.
Exemplo: medir número de reuniões realizadas em vez da taxa de conversão em vendas.
Pergunta crítica: Os KPIs que usou em 2025 ajudaram a tomar decisões estratégicas?
Eram SMART?
O conceito SMART (Específicos, Mensuráveis, Atingíveis, Relevantes e Temporais) é fundamental para que um KPI seja eficaz.
KPIs vagos como “aumentar a notoriedade” ou “melhorar a satisfação” não ajudam. Um KPI como “aumentar o NPS de 65 para 75 até dezembro de 2025” sim.
Eram monitorizados com regularidade?
De pouco serve definir KPIs se não forem integrados nas rotinas de gestão. Um bom KPI deve ser:
- Facilmente consultável
- Acompanhado em dashboards ou relatórios mensais
- Base para feedback e melhoria contínua
Refletiam tanto execução como impacto?
Muitas empresas concentram-se apenas nos indicadores de atividade (número de posts, número de chamadas, etc.), mas ignoram os indicadores de impacto (retenção de clientes, ROI de campanhas, eficiência operacional).
Medir o que se faz é bom. Medir o que se conquista é melhor.
Definir KPIs SMART para 2026
Se 2025 foi um ano de aprendizagem, 2026 deve ser o ano da clareza. Eis algumas orientações para definir KPIs empresariais 2026 realmente eficazes.
Comece pelos objetivos estratégicos
Antes de escolher os indicadores de desempenho, é essencial dar um passo atrás e refletir sobre o que realmente importa. Pergunte-se: onde queremos chegar? Quais são as prioridades da organização para 2026? O que significa, na prática, alcançar o sucesso?
Só após responder a estas questões é possível selecionar KPIs que façam sentido. Por exemplo, se o objetivo estratégico é expandir a operação para dois novos mercados internacionais, o KPI correspondente pode ser o número de contratos comerciais ativos nesses mercados até 31/12/2026. Indicadores eficazes começam sempre com objetivos bem definidos.
Use a metodologia SMART
Para que um KPI seja realmente eficaz, deve obedecer a cinco critérios fundamentais: ser específico, ou seja, focado num objetivo claro; mensurável, com dados quantificáveis; atingível, conforme os recursos e a realidade da empresa; relevante, com impacto direto no negócio; e temporal, com um prazo definido para ser alcançado.
Exemplos de KPIs bem formulados incluem:
– Aumentar o tráfego orgânico em 40% até junho de 2026.
– Reduzir a taxa de churn de clientes de 18% para 12% até ao final de 2026.
– Subir a margem EBITDA de 16% para 20% até ao quarto trimestre de 2026.
KPIs bem definidos são a base para um crescimento orientado e mensurável.
Estabeleça KPIs em diferentes níveis
Os KPIs devem estar presentes em diferentes níveis da organização para garantir um alinhamento eficaz em torno dos objetivos estratégicos. Ao nível corporativo, incluem-se indicadores como a margem EBITDA ou a quota de mercado, que refletem a performance global do negócio. Nos departamentos, os KPIs são mais específicos, como a taxa de conversão em marketing ou o tempo médio de resposta no apoio ao cliente. Já individualmente, podem medir, por exemplo, o cumprimento de objetivos trimestrais de cada colaborador.
Esta hierarquia de indicadores permite que toda a organização reme na mesma direção, promovendo clareza, foco e responsabilidade em todos os níveis.
Indicadores de execução vs. de impacto
Uma distinção essencial para definir bons KPIs em 2026 é entre indicadores de execução e indicadores de impacto.
Indicadores de execução
Medir o que se faz é fundamental para acompanhar a produtividade e a consistência das equipas. Indicadores como o número de reuniões realizadas, o número de propostas enviadas, a quantidade de artigos publicados ou o tempo médio de atendimento ajudam a monitorizar o ritmo e a eficiência do trabalho diário. Embora não revelem diretamente os resultados, estes dados são valiosos para garantir que as ações estão a ser executadas com regularidade e foco.
Indicadores de impacto
Medir os resultados gerados é crucial para entender se as ações implementadas estão, de facto, a criar valor para o negócio. Indicadores como a receita por cliente, a taxa de conversão, os índices de satisfação do cliente (CSAT, NPS) e a rentabilidade por canal permitem avaliar o impacto real das estratégias adotadas.
Por exemplo, publicar três artigos por semana no blog representa uma ação bem executada. No entanto, o verdadeiro valor está no impacto: aumentar em 25% o tráfego orgânico e gerar 50 leads por mês a partir desse canal. É esta ligação entre execução e resultado que garante decisões mais estratégicas e orientadas para o crescimento sustentável.
Equilíbrio entre os dois
Muitas empresas caem no erro de medir só a execução (porque é mais fácil e imediato), esquecendo o impacto.
Em 2026, defina KPIs que combinem os dois:
- Monitorize o que a equipa faz (para garantir consistência).
- Acompanhe o que essas ações geram (para medir eficácia).
KPIs empresariais 2026: sugestões práticas por área
Aqui ficam algumas ideias de KPIs relevantes para 2026, por área de gestão:
Financeira
- Margem EBITDA ≥ 20%
- Redução do prazo médio de recebimento em 15 dias
- Aumento do ROE em 3 pontos percentuais
Marketing
- Taxa de conversão de leads ≥ 10%
- Crescimento orgânico mensal de visitas: +7%
- ROI médio por campanha digital ≥ 400%
Vendas
- Taxa de conversão por canal
- Receita média por cliente
- Tempo médio de fecho de oportunidade
Recursos Humanos
- Índice de satisfação interna ≥ 8 (em 10)
- Taxa de retenção de talento ≥ 90%
- Tempo médio de contratação ≤ 25 dias
Operações
- Taxa de trabalho ≤ 2%
- Eficiência operacional (output/hora) +10%
- Tempo médio de entrega ≤ 48h
Conclusão: Medir bem é gerir melhor
Os KPIs empresariais 2026 não devem ser apenas uma lista técnica ou uma exigência de compliance. São instrumentos vitais de gestão, que mostram onde estamos, onde queremos chegar e como vamos avaliar o sucesso.
O segredo está em escolher indicadores que sejam:
- Alinhados com os objetivos estratégicos;
- Realmente úteis para a tomada de decisões;
- Capazes de revelar tanto o esforço como o impacto.
Na Macro Consulting, ajudamos as empresas a rever os seus sistemas de indicadores, ajustando-os à realidade atual e às ambições futuras. Porque quem mede bem, gere melhor — e cresce com mais confiança.