Transportes: Tendências do setor 2022 (MacroTrends)

Ao longos dos último anos tem-se verificado uma crescente concorrência no setor dos transportes, sendo que as empresas deste setor implementam as novas tecnologias que vão surgindo, aumentando a qualidade dos serviços prestados de forma a permanecerem no mercado.

Neste artigo, pretende-se apresentar as atuais tendências relativas ao setor dos transportes, mostrando quais as estratégias que, no futuro, irão liderar neste setor.

Enquadramento

O setor dos transportes consiste num setor industrial que auxilia a movimentação de pessoas e mercadorias entre diferentes locais de todo o mundo. Este setor inclui companhias aéreas, ferrovias, transporte marítimo, empresas de logística e entrega de encomendas, camiões, transportes públicos, entre outros.

De acordo com o Banco de Portugal, em 2020, ano mais recente para o qual existem dados, existiam em Portugal 21288 empresas de transporte, empregando 122899 funcionários e perfazendo um volume de negócios de 9946 milhões de euros. De referir que 92,1% eram microempresas, 6,5% eram pequenas empresas, 1,14% eram médias empresas e apenas 0,26% eram grandes empresas. Apesar disso, o maior volume de negócios advinha das grandes empresas (38,38%), perfazendo as microempresas apenas 14,99% do volume de negócios mencionado.

Relativamente ao tipo de transporte, o transporte terrestre é o que mais se destaca, com 98,17% das empresas sendo deste tipo de transporte, seguido do transporte por água (1,27%) e dos transportes aéreos (0,56%). Quanto ao volume de negócios, a maior parte está concentrada no transporte terrestre (72,07%), seguido do transporte aéreo (20%) e, por fim, do transporte por água (7,93%).

Tendências do setor dos transportes

Adoção de sistemas baseados na nuvem

Uma das principais tendências do setor dos transportes consiste na adoção de sistemas que são cloud-based.

Tal acontece uma vez que estas plataformas ajudam a implementar um modelo de software como serviço (SaaS), sendo que este abre oportunidades para que as empresas usem os recursos digitais disponíveis da melhor forma possível.

Assim, as empresas conseguem um maior lucro, uma vez que estes sistemas levam a uma maior eficiência e à poupança de custos em várias áreas, como nas vendas, nas finanças, no marketing e na área jurídica.

Uso de GPS antirroubo e tracking

Nos dias de hoje, com o crescente número de compras online, as empresas de logística e de entrega veem o número de encomendas que têm de distribuir a aumentar.

Assim sendo, estas empresas devem apostar cada vez mais na adoção de tecnologias que permitem o fornecimento das encomendas da forma mais exata possível.

Neste sentido, os GPS antirroubo consistem numa forma de receber a localização das encomendas em tempo praticamente real, tanto no caso de encomendas individuais de pouco volume e valor, como de encomendas de elevado valor e que possam constituir um lote. Com estes métodos é possível então evitar perdas desnecessárias de mercadorias.

O uso de blockchain em logística

O uso da tecnologia de blockchain no âmbito da logística passa pela garantia de que o histórico de desempenho de um determinado motorista é o mais correto possível, permitindo verificar se esse motorista cumpre ou não todas as normas de segurança necessárias e se o veículo é usado com todos os cuidados necessários. Assim, quando um camião ou outro veículo é vendido em segunda mão, é possível verificar, através desta tecnologia, o estado em que o mesmo se encontra e a forma como foi utilizado pelo prévio detentor do mesmo.

Tendo em conta que usar blockchain consiste em partilhar dados de forma descentralizada e segura, no qual as informações não podem ser alteradas e são sujeitas à aceitação por parte dos intervenientes que compõem esse banco de informação, o uso de blockchain permite transações seguras.

Adicionalmente, o blockchain pode ser utilizado para monitorar a capacidade de determinado veículo. O uso de sensores pode ajudar a estimar a quantidade de espaço que determinada mercadoria ocupa, sendo que estes dados podem ser utilizados para calcular os custos de envio dessa mesma mercadoria. Com o armazenamento de informação num sistema baseado em blockchain, é possível formar um contrato entre as partes envolvidas que permite pagamentos automáticos baseados no espaço ocupado pelos produtos.

Entregas ao domicílio

Com o crescimento do comércio eletrónico, há um crescente aumento de pedidos de entrega de encomendas de menor volume e valor ao domicílio.

Neste sentido, empresas de transporte de mercadorias mais pesadas, ou seja, mercadorias transportadas essencialmente em camiões, devem apostar na aquisição de alguns veículos mais pequenos, de modo a conseguirem alcançar uma maior porção do mercado, não se focando apenas no transporte de mercadorias de maior volume e peso e cujo local de entrega se encontra a grande distância.

Entregas via drones

Com a crescente procura por entregas ao domicílio, principalmente de bens de maior dimensão, algumas empresas começaram a entregar as encomendas aos seus destinatários através de drones. Foi em 2016 que a Amazon entregou pela primeira vez uma encomenda recorrendo a um drone. Com o sucesso desta entrega, muitas foram as empresas que começaram a efetuar entregas por drone, de modo a aumentar a relação custo-benefício e melhorar a relação com o cliente.

Com a pandemia COVID-19, a entrega de encomendas sem qualquer tipo de contacto tornou-se ainda mais popular, sendo agora uma das principais tendências do setor dos transportes.

Veículos autónomos

O uso de camiões e outro tipo de veículos autónomos é baseado numa tecnologia que ainda está em fase de aperfeiçoamento para superar alguns obstáculos, como a necessidade de melhorar a autonomia destes quando se encontram em vias com elevado transito.

Esta consiste numa das tendências futuras do setor dos transportes sendo que, no longo prazo, as empresas de transporte devem estar preparadas para o progresso tecnológico e para o equipamento dos seus meios de transportes com sistemas de gestão de condução autónoma que possam, de certa forma, aprender com a condução feita por motoristas.

Com a inteligência artificial e sensores, um meio de transporte pode avaliar as condições da estrada e aprender a forma como os motoristas conduzem, de forma a imitá-los. Para além disso, com a crescente disseminação do 5G, a aquisição de veículos que se conduzem sem o auxílio de alguém irá aumentar.

Fontes consultadas:

• https://bpstat.bportugal.pt/conteudos/publicacoes/1343
• https://www.supplychainmagazine.pt/2022/02/16/o-blockchain-a-logistica-e-as-empresas-portuguesas/

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