
Portugal é um país que conheceu muitas mudanças no século passado. A economia portuguesa tem vindo a mudar e continuará a fazê-lo. A economia de Portugal é muito diversificada e inclui muitas indústrias diferentes, desde turismo, agricultura, construção, serviços, banca e o comércio a retalho.
Em 2023, a economia portuguesa será caracterizada pela sua contínua diversificação para novas áreas de negócio. Para permanecer competitivo num mercado global, Portugal tem de ser capaz de se adaptar rapidamente às mudanças na tecnologia e preferências dos consumidores.
A economia portuguesa é também caracterizada pelo seu elevado nível de despesa pública em benefícios da segurança social, tais como serviços de saúde e pensões. Isto pode ser visto nos níveis de dívida pública que se encontram entre os mais elevados dos países da União Europeia.
Previsão da economia portuguesa para 2023
Segundo as previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI), a economia portuguesa vai crescer 0,7% em 2023. No entanto, a previsão do FMI para o crescimento português é um pouco mais animadora do que a travagem a fundo que a economia da zona euro deverá ter: um crescimento de 0,5%, com países como a Alemanha e Itália em recessão, tal como se pode verificar na figura seguinte.

Fonte: Jornal Observador
Segundo o Jornal Observador, antecipa-se uma expansão do Produto Interno Bruto (PIB) mais moderada em 2022: a economia irá crescer 6,2% este ano. Um pouco menos do que os 6,5% previstos no cenário macroeconómico que está na proposta de Orçamento do Estado. Apesar do executivo Mário Centeno estimar uma expansão do PIB de 6,5% este ano, o primeiro-ministro disse acreditar que chegue a 6,7%.
No que concerne à inflação, o ano de 2023 deverá ter uma taxa de 4,7% – pior do que os 4% previstos no Orçamento do Estado. No entanto, dados mais recentes apontam que a inflação poderá atingir os 5,8% a 2023, segundo o Banco de Portugal, uma vez que acreditam que 2022 acabe com uma taxa de inflação de 8,1%.
Evolução do PIB da economia portuguesa
A previsão do FMI também aponta para um défice de 1,1% do PIB a 2022 e 0,4% no próximo.

Fonte: Conselho das Finanças Públicas
No que concerne ao mercado de trabalho, perspetiva-se um perfil de redução gradual da criação de emprego, para 1,1% em 2022 e 0,3% em 2023, em linha com a dinâmica de recuperação esperada da economia. A taxa de desemprego deverá acompanhar esta trajetória, diminuindo para 6,4% em 2022 e 6,1% em 2023.
Em relação ao rácio da dívida, projeta-se que este deverá reduzir ao longo do tempo, atingindo 102,7% do PIB em 2026. Esta evolução representa uma diminuição de cerca de 25 p.p. do PIB face a 2021. O rácio da dívida pública é um indicador frequentemente utilizado para analisar a evolução e o risco da dívida pública. Mede a relação da dívida pública com o PIB.
Com a guerra na Ucrânia como pano de fundo, o crescimento está moderado, a inflação elevada, a confiança tem diminuído e a incerteza é elevada. Não obstante, a economia mundial está a atravessar a mais grave crise energética desde os anos 70, segundo o economista chefe da OCDE, Álvaro Santos Pereira. O choque energético empurrou a inflação para níveis não sentidos durante várias décadas e está a deprimir o crescimento em todo o mundo.
Segundo este economista chefe, não é uma recessão global que irá ocorrer, mas sim um forte abrandamento da economia global em 2023, com a inflação ainda elevada, mas em declínio em muitos países. Como resultado, espera-se que o crescimento do consumo das famílias caia de 4,0% em 2022 (valores ainda a confirmar após encerramento do ano) para apenas 0,7% em 2023. Por outro lado, prevê-se que o rácio de poupança das famílias diminua para um nível inferior ao anterior à crise em 2023 e 2024, antes de recuperar ligeiramente em 2025.
Espera-se que o aumento da incerteza conduza a um aumento temporário do rácio de poupança das famílias no curto prazo, apesar da necessidade de consumo de reserva face à deterioração do poder de compra. Projeta-se então que o rácio de poupança diminua ligeiramente em 2023-24, resultando em alguma redução da poupança adquirida durante a pandemia, embora uma redução menor do que a prevista nas projeções anteriores.
O investimento em habitação deverá contrair significativamente em 2023, como uma das componentes da procura mais expostas a condições de financiamento mais restritivas, prevendo-se uma recuperação muito lentamente ao longo de 2024-25. O aumento das taxas de hipoteca e o acesso mais restrito ao crédito, bem como a incerteza persistentemente alta e o impacto da inflação – que aumenta os custos de construção e reduz o poder de compra das famílias – devem pesar sobre o investimento em habitação e levar a um declínio em 2023. Espera-se que o crescimento retorne ao território positivo em 2024. No que concerne ao investimento empresarial, acredita-se que será significativamente afetado pelo aumento dos custos de financiamento, juntamente com alta incerteza e preços elevados de energia no curto prazo, mas espera-se que se recupere em 2024-25.
Não obstante, António Costa refere em público que são esperados valores históricos no que toca a exportações, sendo que se espera que estas cheguem a 49%, 50% do PIB. estes valores traduzem-se em obter entre 25 a 30 mil milhões de euros mais em termos das exportações do que foi verificado no ano de 2021, considerando que “esses números são indicadores de confiança na resiliência e na competitividade da economia portuguesa”.
O BdP prevê que o consumo privado passe de uma subida de 5,9% este ano para 0,2% em 2023, enquanto o consumo público aumente 2% (em 2022) e 1,9% (em 2023).
Conclusão
Em suma, apesar de se prever que o ano de 2023 estará no centro de uma recuperação pós pandemia, espera-se um cenário de grande dificuldade, uma vez que as projeções feitas têm sido alvo de constante mudança devido à crise energética que se atravessa a nível global.
Apesar das projeções que se possam fazer, nada é 100% certo uma vez que nos podemos sempre deparar com alguma surpresa, como foi o caso da guerra entre a Rússia e a Ucrânia neste ano de 2022. O processo de desinflação daqui para frente será lento uma vez que controlar a inflação é um ato de equilíbrio complexo que virá com um custo económico e uma recessão económica provavelmente deverá ser inevitável durante o início do próximo ano. Também existe bastante incerteza em torno do desenlace final do conflito militar na Ucrânia, que pode continuar a influenciar o custo de vida ocidental e manter o espetro de um conflito nuclear à escala global.
FONTES:
- https://observador.pt/2022/10/11/fmi-economia-portuguesa-cresce-07-em-2023-metade-do-que-preve-o-governo-numa-europa-que-trava-a-fundo/
- https://cnnportugal.iol.pt/ocde/crescimento-economico-portugues/ocde-preve-que-economia-portuguesa-abrande-crescimento-para-1-em-2023-e-1-2-em-2024/20221122/637ca9660cf255d6e13bc3a4
- https://www.ecb.europa.eu/pub/pdf/other/ecb.projections202212_eurosystemstaff~6c1855c75b.en.pdf
- https://www.dn.pt/dinheiro/banco-de-portugal-ve-pib-a-crescer-15-e-inflacao-de-58-em-2023-15497259.html
- https://jornaleconomico.pt/noticias/de-regresso-ao-futuro-em-2023-969609
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