O processo de venda é extremamente complexo, essencialmente quando toca a uma entidade.
Não se trata apenas de uma troca monetária por um edifício, mas sim uma troca de valores, objetivos, cultura e funcionários. É essencial estar por dentro deste processo antes de avançar com a divulgação da alienação de modo a evitar falhas e potenciais perdas monetárias.
Não obstante, é importante conhecer o momento mais oportuno para a alienação, pois esta não deve ser aleatória uma vez que poderá trazer consequências negativas para o vendedor. Fazer a escolha de vender parte ou a totalidade do negócio que um empreendedor ou a sua família trabalharam arduamente para construir é uma grande decisão e muitas vezes é precedida por profunda introspeção.
Assim sendo, é importante conhecer alguns aspetos a ter em conta antes de vender uma empresa:
Vender na altura certa, pelo motivo certo
O momento certo para vender é quando está saudável e o negócio está a correr minimamente bem também. No entanto, é possível que o vendedor seja questionado da razão que leva à venda da empresa. Por forma a apresentar uma forma apelativa e justificada juntamente com toda a informação financeira apresentada poderá ser: querer seguir uma nova oportunidade profissional ou um estilo de vida diferente (ex: reforma). Estas justificações podem ajudar no caso do comprador acusar o vendedor quando este está a alienar uma entidade que não se encontra bem financeiramente.
O valor da empresa
Saber o valor da entidade influencia, diretamente, o processo de alienação da mesma, uma vez que esta pode aliciar a venda (ser um valor atrativo) ou pode inviabilizar. Determinar o valor da empresa inclui imensas vertentes que devem ser tomadas em conta, nomeadamente: comercial, marketing, capital, entre outros. Assim, determinar o preço correto para a empresa é essencial. Existem vários métodos para atingir um número-base, sendo que o ideal é combinar métodos, avaliando o mercado atual, tendências económicas e levando em conta as vendas de negócios semelhantes que tenha conhecimento. Consultar um avaliador profissional é a decisão mais correta e é vista como uma certificação mais fiável e favorável pelos potenciais compradores.
O sigilo é fundamental
Ainda existe muito a mentalidade de que se a entidade está à venda, é porque o negócio não está a ter grande viabilidade. No entanto, nem sempre essa situação é verificada, pelo que manter esta operação de venda em sigilo é fundamental para manter uma boa venda. Por vezes, é pedido ao comprador assinar um termo de confidencialidade de forma anão divulgar a situação em que a empresa foi deixada pelo vendedor no momento desse mesmo ato. Além disso poderá haver um aproveitamento da concorrência ao saber da alienação da empresa numa tentativa de ficar com os seus clientes.
Pesquisa prévia sobre o comprador
Se possível, avaliar um pouco o perfil do comprador, de modo a verificar se este possui as características necessárias para dar continuidade aos valores implementados na entidade, bem como se este dispõe de capital suficiente para comprar.
Os compradores não pagam mais pelo potencial
Se uma empresa é simplesmente um conceito sem faturação registada e sem clientes, não há valor na perspetiva da grande maioria dos potenciais compradores. Na verdade, os compradores querem adquirir empresas bem-sucedidas e, em muitos casos, com registo de crescimento nos últimos três anos, simultaneamente identificando a sua sustentabilidade e viabilidade futura do negócio.
Os compradores estão interessados no EBITDA, não no Volume de Negócios
Os clientes podem, efetivamente, reconhecer o volume de negócios, mas não é isso que lhes dará segurança. Eles dão mais importância ao EBITDA que uma empresa gera, isto é, aos Lucros registados antes de juros, impostos, depreciação e amortização.
Honestidade é a melhor opção
É crucial ser sincero em todo o processo de venda pois um investidor experiente sabe que não existem negócios perfeitos e em caso de mentira é possível que mais tarde se venha a descobrir a verdade e isso poderá trazer má imagem ao vendedor em negociações futuras. Ser sincero desde o início diminui o risco de insucesso uma vez que caso o vendedor omita alguma situação extremamente importante isso poderá trazer graves consequências futuras no negócio.
Espere responder a muitas perguntas
Como é natural, o comprador irá solicitar bastantes informações ao vendedor antes de tomar a sua decisão final. Este processo de trica de informações poderá ser demorado pelo que, de forma a evitar esta perda de tempo, pode-se pensar na perspetiva de comprador e verificar que informações acharíamos necessárias saber acerca do negócio para auxiliar na tomada de decisão. Assim, aquando da solicitação, o vendedor já dispões de toda ou quase toda a informação, levando a uma aceleração neste processo. Não obstante, é aconselhável recorrer a uma empresa especializada nestas transações de modo não incorrer a riscos e levar este processo da forma mais vantajosa possível para ambas as partes.
Nunca julgue um comprador
Não se deve “julgar o livro pela capa” uma vez que não sabemos com quem estamos a lidar nem o seu poder financeiro. O que pode parecer ser uma pergunta simples, poderá ser um comprador novo para o setor específico e com bolsos profundos para investir. Os compradores experientes costumam questionar o vendedor com uma série de perguntas, na tentativa de verificar inconsistências e sinais de alerta. Logo, tendo em conta os pontos acima mencionados, é crucial reunir informação relevante para o comprador, justificar bem a razão da alienação e, acima de tudo, ser honesto.
Fontes:
https://mercal.pt/6-aspetos-que-deve-saber-antes-de-vender-uma-empresa/
https://capitalinvest-group.com/pt/cuidados-vender-uma-empresa/
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