Inteligência Artificial no Mercado Imobiliário

Inteligência Artificial

Inteligência artificial consiste na capacidade de um computador ou dispositivo imitar o comportamento humano inteligente, o que se traduz, por exemplo, na capacidade das máquinas em analisar imagens, compreender a fala e interagir de forma natural através da aprendizagem com base em experiências.

Atualmente a Inteligência Artificial utiliza algoritmos para analisar dados e aprender com os padrões neles encontrados e, consequentemente, gerar modelos que serão utilizados para efetuar previsões/decisões (fundamentadas) sobre novos dados. Desta forma, a Inteligência Artificial já é uma realidade nos diferentes contextos das nossas vidas como, por exemplo, nos algoritmos que sugerem vídeos, filmes e séries, destacam artigos e notícias, recomendam músicas ou podcasts, isto é, diversos conteúdos que podem despertar interesse no consumidor em geral.

Relativamente às consequências da Inteligência Artificial no emprego, segundo o The Economist, 47% do trabalho realizado pelos seres humanos será substituído por robots até ao ano de 2037. Ainda assim, com esta previsão a 14 anos, prevê-se que os trabalhos mais difíceis de serem substituídos são os que exigem um alto nível de criatividade e interação humana, isto é, com poucas atividades de rotina, mecânicas e repetitivas. Por outro lado, deste fenómeno tecnológico ao nível do emprego surgirão outros postos de trabalho, como o controlo e coordenação das funções exercidas por máquinas e sistemas inteligentes.

Mercado Imobiliário

Em consonância com este fenómeno, Bill Gates, cofundador da Microsoft, acredita que a Inteligência Artificial permitirá produzir muito mais, com muito menos e ainda afirma que — caso seja verdadeira a previsão de que o mercado de trabalho, em 2037, irá ser 47% realizado por robots e máquinas — é muito provável que em 2050 quase todos os trabalhadores percam os seus empregos atuais. — Por outro lado, relativamente ao mercado imobiliário, este pode definir-se como o setor económico responsável pelo desenvolvimento, compra, venda e aluguer de propriedades imobiliárias, incluindo imóveis para fins habitacionais, comerciais ou de investimento.

O desempenho do mercado imobiliário é influenciado por diversos fatores, como taxas de juro, rendimentos dos particulares e famílias, estabilidade económica, entre outros fatores como a relação entre a oferta e a procura.

Assim, o setor imobiliário é composto por todas as empresas e profissionais envolvidos no desenvolvimento, compra, venda, locação e administração de imóveis, nomeadamente empresas de construção, agentes imobiliários, empresas de administração de imóveis, gestores de condomínios, entre outros. Adicionalmente, o setor do imobiliário é considerado muito importante para a economia tendo em conta que é responsável por fornecer moradias, espaços comerciais e de investimento, além de proporcionar uma abundância de postos de trabalho nas diversas áreas e vertentes, como, por exemplo, na construção, nas finanças, nos serviços jurídicos, entre outro tipo de serviços e atividades.

Relativamente ao histórico do setor imobiliário português, este tem uma história longa e diversificada. Durante o século XX, Portugal passou por períodos de crescimento económico, mas também enfrentou diversas dificuldades como a Segunda Guerra Mundial e a Revolução dos Cravos, a 25 de abril de 1974. Após este marco histórico, Portugal começou a evoluir para uma era de modernização económica, com uma forte procura por novos imóveis, quer para fins habitacionais, quer numa vertente comercial.

Posteriormente, a partir da década de 90, Portugal passou a integrar a União Europeia e a viver uma fase de forte crescimento económico, o que impulsionou o mercado imobiliário, atingindo até o denominado “boom imobiliário”. Contudo, em 2008, Portugal não foi alheio à crise financeira global do subprime que, inevitavelmente, teve um impacto significativo no país, resultando numa queda drástica nos preços de imóveis e na construção de novos empreendimentos.

Desde então, o mercado imobiliário em Portugal tem recuperado lentamente, quer ao nível dos preços de imóveis, quer no que concerne ao aumento do número de construções. A partir de 2014, os preços de imóveis começaram a subir, impulsados pela recuperação da economia portuguesa e pelo aumento da procura de imóveis por parte de investidores estrangeiros.

Atualmente, Portugal é um destino popular no que toca a estrangeiros, atraídos pela boa qualidade de vida, pela segurança, pelo clima, pela gastronomia e, acima de tudo, pelos preços mais baixos comparativamente, principalmente, à realidade europeia. Assim, o setor imobiliário continua a ser parte importante da economia portuguesa, oferecendo oportunidades para investimentos imobiliários e desenvolvimento económico.

Contudo, no primeiro trimestre de 2020, o paradigma alterou-se radicalmente, justificado pelo aparecimento da crise pandémica da COVID-19. Assim, a pandemia teve um impacto significativo, especificamente, no mercado imobiliário português, com uma queda na procura por imóveis e uma diminuição do ritmo de novas construções. Desta forma, após a primeira fase da pandemia, o mercado imobiliário começou a recuperar rapidamente, com uma recuperação dos preços e um aumento da procura por imóveis, isto é, muito impulsionado pela diminuição abrupta das taxas de juro pelo Banco Central Europeu.

Tendências do setor imobiliário global

Relativamente às tendências do setor imobiliário, apesar de poderem variar dependendo da região, estas incluirão:

• Continuação da recuperação do mercado imobiliário pós-pandemia, com uma recuperação dos preços e uma procura crescente por imóveis.
• Aumento da procura por imóveis verdes e sustentáveis, tendo sempre como prioridades as questões ambientais
• Crescimento da procura por imóveis de aluguer.
• Crescimento da tecnologia e automatização no setor imobiliário, isto é, a tecnologia tem transformado o setor imobiliário, facilitando a procura, compra e gestão de imóveis, como será explicitado em seguida.

Em resumo, os mercados imobiliários em Portugal têm vindo, por um lado, a apresentar sinais positivos de recuperação, mas, por outro lado, irá enfrentar muitos desafios e adversidades. Desta forma, as componentes económicas, políticas, regulamentais, fiscais e legais serão fundamentais no sentido de dar suporte ao ramo imobiliário.

Papel da Inteligência Artificial no Mercado Imobiliário

A Inteligência Artificial no mercado imobiliário tem desempenhado um papel cada vez mais importante de várias formas, entre elas:

• Da análise de dados, tendo em conta que a Inteligência Artificial pode ajudar a analisar grandes conjuntos de dados para identificar tendências e padrões que podem funcionar como veículos para a tomada de decisões de investimento mais fundamentadas.
• Da automatização, no sentido em que a Inteligência Artificial pode ser utilizada para automatizar processos como a triagem de leads, a avaliação de propriedades, a criação de anúncios de imóveis e a configuração de visitas.
• Funcionar como assistente virtual (chatbots), pressupondo que a Inteligência Artificial pode ser usada para criar assistentes virtuais que interajam com os clientes, no sentido de responder a perguntas e fornecer informações acerca dos imóveis. Assim, os chatbots realizam um atendimento online conforme as necessidades do cliente no momento. Adicionalmente, as principais vantagens desta vertente da Inteligência Artificial são o facto de não ter limitações de horário e a poupança/economia de recursos. Explicitamente, os chatbots não têm limitações no que concerne a horários, o que é uma grande vantagem face ao tradicional horário comercial, tendo em conta que os (potenciais) compradores têm mais tempo disponível nos horários pré e pós-laborais. Por outro lado, os chatbots permitirão aos colaboradores uma melhor produtividade, tendo em conta que algumas dúvidas ou questões (primárias) dos (potenciais) compradores irão ser respondidas e solucionadas por esses tais bots, podendo os agentes concentrarem-se noutro tipo de tarefas mais complexas e não solucionáveis através do recurso à tecnologia.
• Ao nível da pesquisa e respetivos preços dos imóveis, a Inteligência Artificial pode permitir que os (potenciais) compradores encontrem imóveis ajustados às suas necessidades específicas e, simultaneamente, a Inteligência Artificial pode determinar o valor de mercado desses imóveis ou propriedades, com base nas suas localizações, dimensões e condições. Assim, estas ferramentas permitem que os imóveis certos sejam “levados” aos compradores indicados, com a máxima rapidez e eficácia, o que permitirá a redução de tempo despendido no processo de compra e venda dos imóveis em questão.
• Da análise de risco, tendo em conta que a Inteligência Artificial pode ajudar a avaliar o risco de um investimento imobiliário com base em fatores como a localização do imóvel, as condições do mercado, entre outros fatores.

Assim, o potencial de utilização da Inteligência Artificial no mercado imobiliário é enorme, acentuado pela era digital que todos vivemos.

Desta forma, a interligação/integração entre portais imobiliários e outras ferramentas é de grande importância e, consequentemente, os agentes/agências imobiliário(as) que disponham

Conclusão

Em suma, o setor imobiliário é uma indústria em constante mudança e evolução, e as tendências do mercado imobiliário podem variar dependendo de país para país e de região para região.

No entanto, é esperado que o mercado imobiliário em Portugal e no mundo continue a recuperar após a crise pandémica da COVID-19, com crescimento da procura por imóveis verdes e sustentáveis, maior atenção às cidades pequenas e zonas rurais, crescimento da procura por imóveis em caráter de arrendamento e, também o aumento da tecnologia e automatização do setor imobiliário, que através ferramentas de Inteligência Artificial como o autotargeting (tecnologia de segmentação automática em constante otimização), que permite que cada imóvel seja visto pelo comprador (público-alvo) pretendido (de forma totalmente automática) e chatbots programados para estabelecer diálogos simples e personalizados, permitindo um atendimento online conforme as necessidades dos compradores, as não limitações de horários e melhor gestão/produtividade dos recursos humanos.

Em resumo, a Inteligência Artificial tem o potencial de ajudar no aumento da eficiência do mercado imobiliário, na redução de custos e na melhoria da qualidade do serviço prestado aos clientes. Contudo, para que isso se concretize, é necessário que os websites e plataformas online das agências/agentes imobiliárias(os) proporcionem uma experiência intuitiva e eficiente aos seus visitantes

Ainda assim, outros determinantes preponderantes para a evolução e situação do ramo imobiliário e, por conseguinte, da vertente da Inteligência Artificial no setor, serão, por exemplo, os fatores económicos, ambientais, regulamentais e legais, políticos e sociais, nomeadamente o desenrolar da guerra Ucrânia — Rússia.

FONTES:

• https://casa.sapo.pt/noticias/inteligencia-artificial-no-imobiliario-era-acelera-a-inovacao-e-disponibiliza-uma-nova-ferramenta-pioneira-em-portugal/?id=30038
• https://www.vistasoft.com.br/inteligencia-artificial-no-mercado-imobiliario-2

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