A indústria gráfica consiste numa indústria cada vez mais dinâmica e que envolve atividades que se relacionam com a reprodução de informação, seja através de texto ou imagem, em suportes estáticos como o papel, o cartão e os seus derivados.
As atividades que se relacionam com esta reprodução de informação compreendem todo o processo de criação, assim como a pré-impressão e o acabamento ou a pós-impressão.
Neste caso, esta é uma indústria que, em grande parte dos casos, funciona através da produção por encomenda, sendo feita à medida das preferências de cada consumidor.
A indústria gráfica encontra-se atualmente entre os principais setores da indústria transformadora dos países industrializados, sendo os Estados Unidos da América o maior produtor neste mercado. Na União Europeia, por sua vez, este é um setor no qual predominam empresas de pequena e média dimensão, que produzem para o mercado local ou regional em que se inserem.
Adicionalmente, é de referir que grande parte do volume total da produção desta indústria destina-se às editoras de livros, revistas e jornais.
A Indústria Gráfica em Portugal
É sabido que a indústria portuguesa de papel e cartão assume uma elevada importância para Portugal a níveis estratégicos. O setor industrial da produção de pasta de papel tem uma elevada importância para a economia portuguesa, uma vez que, ao nível das exportações, esta é a indústria que maior valor acrescentado traz ao nosso país. Neste sentido, Portugal exporta quase a totalidade da sua produção de papel e cartão, exportando atualmente para mais de 140 mercados.
Com isto, a indústria do papel e do cartão atua num mercado que é, a nível mundial, bastante competitivo, pelo que desempenha um papel importante na redução do défice comercial português.
Com isto, a indústria gráfica portuguesa beneficia também da importância que a indústria do papel e do cartão possui para a economia.
Assim, à medida que a economia do nosso país cresce, verifica-se uma crescente necessidade de adquirir produtos produzidos ou relacionados com a indústria gráfica como, por exemplo, impressoras, inteiros para as mesmas, a personalização de vários tipos de papel, entre outros.
Espera-se que, até 2023, as atividades gráficas e de serviços relacionados com a indústria gráfica em Portugal atinjam um valor de 1.077 milhões de euros.
Para além disso, em 2018, dados mais recentes disponíveis, o nosso país obteve uma receita de 1 milhar de milhão com a indústria gráfica, sendo que se espera que continue a crescer, uma vez que, apesar das dificuldades enfrentadas, é um setor que se mostra resiliente à pandemia COVID-19
Adicionalmente, é importante referir que este é um setor no qual mais de 80% das empresas são Pequenas e Médias Empresas (PMEs), dado este que não espera sofrer de grandes alterações nos próximos anos.
A Indústria Gráfica a Nível Global
Em 2022, espera-se que a produção global de papel atinja as 416 milhões de toneladas, um valor considerável, apesar de estar ainda 4 milhões de toneladas abaixo do valor de 2018, uma vez que a produção de papel foi bastante afetada pela pandemia.
Assim, espera-se que a Ásia supere o atraso que sofreu fruto da pandemia, com 7 milhões de toneladas produzidas adicionalmente em 2022, face a 2020. Contudo, prevê-se que a Europa não conseguirá alcançar os valores registados antes da pandemia, já que a sua produção de papel e cartão deve apenas conseguir alcançar 40% do volume perdido durante a pandemia.
Ao longo do último ano, a indústria gráfica sofreu uma crise sem precedentes, uma vez que a capacidade de produção de papel na Europa diminuiu drasticamente, tendo impacto nas editoras e nos seus clientes, como em todos os seus produtos, tais como jornais, embalagens para alimentos, embalagens para medicamentos, livros escolares, entre outros.
Este é um setor que tem sido desafiado por vários fatores, como a crescente digitalização e a escassez de papel na Europa, o aumento dos preços e as crises de abastecimento. Para além disso, a substituição do plástico de várias embalagens por cartão contribuiu também para esta escassez.
Com isto, desde janeiro de 2022 que várias gráficas não conseguem encontrar papel suficiente no mercado europeu para atenderem aos pedidos dos seus clientes.
Apesar da escassez de papel existente atualmente no mercado global, espera-se que, em 2022, a indústria gráfica atinja os 821 mil milhões de dólares (cerca de 815,17 mil milhões de euros na data de publicação deste artigo), sendo impulsionada principalmente pelo crescimento da impressão de embalagens e rótulos. Apesar de estes serem ramos existentes a nível global, é também de referir que existem disparidades entre as diferentes regiões, sendo que as regiões do mundo com a indústria gráfica mais desenvolvida acabam por transferir tecnologia e equipamentos em segunda mão para as regiões onde esta indústria não é tão desenvolvida, ou seja, para regiões emergentes, uma vez que muitos dos clientes como editoras, empresas de embalagens, entre outros, são globais, e tal transferência entre regiões permite que os produtos fabricados pela indústria sejam mais consistentes e de elevada qualidade.
O Futuro da Indústria
Os dados acima apontados demonstram que o futuro da indústria gráfica é promissor, sendo importante que as empresas apostem, cada vez mais, na inovação e na sua reinvenção, de forma a darem resposta às preferências dos consumidores e às tendências do mercado.
Fontes consultadas:
- https://www.intergraf.eu/images/pdf/ActivityReport_2022_Final-Web.pdf
- https://www.allianz-trade.com/en_global/news-insights/economic-insights/wrapping-up-how-paper-and-board-are-back-on-track.html
- https://camainks.com/pages/overview-of-the-printing-industry-in-portugal-and-how-to-buy-printers-and-ink
- https://www.smithers.com/resources/2018/mar/global-printing-market-to-top-$821-billion-by-2022#:~:text=The%20global%20printing%20industry%20is%20forecast%20to%20reach,detailed%20five-year%20forecast%20of%20the%20global%20printing%20market
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