Introdução
O tecido empresarial nacional está em constante mudança e as Fusões e Aquisições contribuem regularmente para essa alteração. Para isso muito tem contribuído a competitividade entre as nossas empresas. Com esta constante alteração, boa na sua génese, as entidades sentem cada vez mais uma necessidade de primar pela inovação de forma a que consigam sobreviver no mundo empresarial.
Uma das formas de prosperar neste mundo tão competitivo e, na sequência do referido no parágrafo supra, em constante transformação é optar por fazer fusões ou aquisições. Ao adotar este modelo de crescimento, as empresas ganham diversificação das suas atividades tornando-se mais competitivas e, conseguem assim, acompanhar o mercado com todas as suas variações.
Antes de passarmos à parte boa deste artigo, que será definir as grandes vantagens de seguir uma Fusão ou Aquisição, temos que parar para fazer um trabalho mais difícil e minucioso: Perceber o que leva as empresas a procurar uma alteração no seu foco de forma a avançar para uma destas duas soluções.
Porque motivo as empresas procuram Fusões e Aquisições?
Existem vários motivos que levam as empresas a procurar realizar uma fusão ou aquisição. Destacamos os seguintes.
1. Aumentar a eficiência
Adquirir novas práticas é vantajoso para qualquer empresa, em qualquer momento. Aprender com outros métodos de trabalho é essencial para o crescimento de uma entidade pelo que, aumentar a eficiência com base em cooperação é uma das mais-valias essenciais que se pode retirar deste tipo de ação.
2. Aumentar a quota de mercado
Aumentar a quota de mercado é sinónimo de aumentar a base de clientes de uma empresa. Este processo ajuda também na negociação com possíveis fornecedores e, adicionalmente, contribui para um aumento da reputação da(s) marca(s) associadas. O aumento das vendas e o consequente lucro associado será uma vantagem competitiva enorme quando comparado com os concorrentes presentes, a nível nacional ou internacional.
3. Acesso a novos mercados
As empresas lutam diariamente pela sua própria expansão até que, por vezes, surgem barreiras à entrada em novos mercados ou até mesmo à Internacionalização da própria empresa/marca. Uma parceria na ótica de fusão ou até mesmo uma aquisição pode ser o desbloqueio para este grande desafio.
4. Diversificação da atividade
Uma das grandes leis do mercado acionista é estar diversificado de uma forma que permita ao investidor não correr grandes riscos. Esta “lei” que impera no mercado de compra e venda de ações é muito interessante e pode ser transportada para o setor empresarial. Quando mais diversificada for a atividade da empresa mais esta estará preparada para contrariar os maus momentos que todas as entidades vivem.
5. Diminuição do risco
Este ponto está, naturalmente, relacionado com o anterior. A diminuição do risco é algo inerente a uma fusão ou até mesmo a uma aquisição. Este fator pode ser de extrema relevância para que as empresas consigam, não só sobreviver, mas também evoluir em tempos tão conturbados, e imprevisíveis, como aquele que vivemos atualmente no mundo.
6. Maximização da produção com redução de custos
A redução de custos tem uma correlação direta com o aumento da produtividade, da competitividade, dos processos internos de uma empresa, da negociação, da qualidade dos serviços e produtos que as entidades apresentam e, podíamos ficar aqui o dia todo a escrever sobre este tópico tão importante.
De facto, hoje em dia e sempre, as empresas preocupam-se em produzir em massa ao menor custo possível. Fundir os recursos de uma empresa com outra(s) é uma das formas mais rápidas e competentes de o conseguir.
Como efetuar uma Fusão ou Aquisição com sucesso?
Existem 5 linhas de ação que as empresas devem seguir caso pretendam ser bem-sucedidas na aquisição de empresa ou na fusão com outra entidade.
1. Clareza de propósito
Se estivermos cientes da nossa visão para a nossa empresa somos capazes de comandar o mundo.
Não ir contra os fundamentos base da nossa empresa é essencial pelo que, quando estamos a ponderar uma fusão ou aquisição, é essencial ter em consideração a missão e valores das entidades em consideração.
2. “Parent power“
Pressão é sempre boa se for para evoluir e liderar uma empresa no caminho certo, ou seja, o caminho da expansão. Uma entidade capaz de influenciar positivamente as dinâmicas de outra é forte e consegue obter resultados para si própria assim como para as restantes envolvidas. Um dos grandes aceleradores será este carimbo extra de qualidade imposto por quem se afirma no mercado com outra experiência e dinamismo.
3. Conhecer o seu mercado
Com o objetivo de competir com a maior eficácia possível, os gestores responsáveis pelas fusões e aquisições dedicam grande parte do seu tempo à análise e identificação das melhores parcerias existentes no tecido empresarial, nacional ou internacional.
Este “jogo”, responsável, maduro e extrema relevância para o futuro de qualquer colaboração corporativa é algo que consome imenso tempo e sabedoria pelo que deverá ser realizado por quem reunir as condições necessárias nomeadamente conhecer, a 100%, a sua empresa, as suas necessidades assim como todas as respetivas que estiverem em cima da mesa como opção para uma junção.
4. Incentivos à rentabilidade
Alcançar as taxas internas de rentabilidade esperadas é algo com que todas as empresas se deparam e lutam para alcançar. Ainda que esta batalha não aconteça da mesma forma em todas as entidades, a partilha de sabedoria irá contribuir para um aumento significativo destes, tão preciosos, indicadores.
5. Integração
Os gestores de topo têm o dever de extrair o máximo lucro possível de qualquer operação. Hoje em dia já é possível ver muitos gestores a planear a integração de uma empresa ainda antes da fase inicial da mesma. Com esta preparação adicional, os gestores são capazes de garantir que a integração de uma empresa com outra acontece antes da transação propriamente dita e, desta forma, conseguem antecipar possíveis dificuldades, tratando-as com a devida antecedência e preparação.
O mercado de Fusões e Aquisições em Portugal
De acordo com o “CMS European M&A Study 2022” o principal impulsionador das fusões e aquisições continua a ser a necessidade de entrada num novo mercado. O ano transato foi um ano que fixou recordes no que diz respeito ao volume e valor de fusões e aquisições.
De forma global, em 2021, o número de transações ultrapassou as 62.000 o que resultou num aumento de 24% face ao ano anterior.
Existe, atualmente, um otimismo moderado para o atual ano de 2022. O otimismo está presente, no entanto a ameaça das taxas de juro, o aumento da inflação e o aumento dos impostos podem ser fatores de entrave para que esta subida se mantenha.
Estatísticas relevantes sobre este mercado no ano de 2021
- O mercado movimentou 19,2 mil milhões de euros;
- Foram registadas 553 transações;
- O setor apresentou um crescimento de 31%;
- Registou-se uma maior procura das empresas por negócios com uma dimensão inferior a 10 milhões de euros;
- O setor mais ativo foi o da tecnologia, seguido do imobiliário, financeiro e seguros;
- As empresas norte-americanas registaram um aumento de 193% no que concerne às aquisições em solo português. Este elevado volume transacionado mobilizou um capital de 1,5 mil milhões de euros;
- Registou-se um aumento de 85% no número de transações em Venture Capital e de 30% em Asset Acquisitions;
- Face ao ano de 2020 foi possível identificar um aumento de 31%, no que ao número de transações diz respeito;
- Ainda respetivamente ao número de transações, Espanha foi o país que registou o maior número de investimento com um total de 63 transações;
- De igual forma, Espanha foi o destino mais procurado pelas empresas portuguesas.