Energia: Tendências do setor (MacroTrends)

Ao longo dos anos, tem-se tornado cada vez maior a necessidade de reduzir a utilização e dependência dos combustíveis fósseis em Portugal e, de forma mais alargada, no contexto europeu. Esta necessidade de redução é resultado de vários fatores como alterações climáticas, contexto geopolítico e guerra na Europa.

Exploração de energias renováveis em Portugal

Relativamente à exploração de energias renováveis, em Portugal, esta tem vindo a acontecer em maiores quantidades, através da existência de mais parques e comunidades solares, investimentos na produção de energia através de biomassa e, também, na produção de hidrogénio. Adicionalmente à (grande) aposta em fontes de energia eólica, existem igualmente grandes oportunidades no que concerne à exploração da energia do vento em alto mar, aproveitando assim a grande frente marítima portuguesa.

Contrariamente, os grandes problemas de falta de precipitação (felizmente os níveis têm subido neste último trimestre de 2022) têm colocado em causa a produção de energia hidroelétrica. Tendo em conta que este tipo de energia renovável é a principal fonte em Portugal, é de elevada importância a diversificação das fontes de produção de energia elétrica, de forma a que o país tenha maior capacidade de reação.

Mobilidade Elétrica

A mobilidade elétrica e inteligente tem vindo a evoluir, de forma significativa, em Portugal. Este facto deve-se ao aumento dos automóveis elétricos vendidos. Contudo, apesar do número de automóveis elétricos ter vindo a aumentar, ainda existem lacunas em relação às infraestruturas e redes de carregamento, o que pode ser um fator limitativo para a não venda de mais automóveis. Com vista a resolver este problema, é necessário tomar medidas e aumentar a rede elétrica de carregamento automóvel nacional, o que é uma grande oportunidade para os agentes do setor.

Preços da eletricidade em 2023

Prevê-se que o preço da eletricidade, em 2023, deverá registar subidas de 2,8%, no mercado regulado. Este aumento proposto pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) irá refletir-se em 925.000 clientes (6,5% do consumo total), visto ser a minoria que se situa no mercado regulado (ou ainda os consumidores que, apesar de estarem no mercado livre, optaram por uma tarifa equiparada). Segundo a previsão, este aumento irá traduzir-se em 0,40€ adicionais, mensalmente, no caso dos casais sem filhos e 1,00€ no caso dos agregados familiares com quatro pessoas.

No entanto, é também sabido que os consumidores com tarifa social irão beneficiar, em 2023, de um desconto de 33,8% sobre, por exemplo, as tarifas de acesso às redes. Esta redução de tarifas, tendo em conta que é transversal a todos os consumidores (sem exceção), faz desta uma notícia animadora. Estas reduções significativas apenas são possíveis devido a um decréscimo elevado na tarifa de uso global do sistema, com base no decréscimo dos Custo de Interesse Económico Geral (CIEG).

Segundo a ERSE, fazendo uma análise comparativa com os preços médios observados, no mercado regulado, em 2022, afirma que a redução de tarifa em questão irá levar a um decréscimo de, aproximadamente, 35% na fatura final dos consumidores industriais e, no caso dos consumidores domésticos, à volta de 80%.

Governo irá realizar intervenções importantes no setor da eletricidade e do gás

O Governo irá injetar 3.000 milhões de euros repartidos pelos sistemas de eletricidade e de gás, em respetivamente, 2.000 e 1.000 milhões de euros. Estas intervenções irão servir, essencialmente, para proteger as empresas da contínua inflação dos preços da energia prevista para o próximo ano, 2023.

Esta notícia é bastante animadora para o panorama geral português, pois estas intervenções, ao diminuírem os custos do gás e da eletricidade para as empresas irão, consequentemente (no mínimo) fazer com que os preços de venda dos bens de necessidade primária não aumentem tanto como se previa, o que é, obviamente, uma boa perspetiva.

Assim, segundo o Ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, estas intervenções visam prevenir os aumentos dos preços e que caso estes aumentos não se verifiquem, o impacto positivo dos apoios extraordinários será ainda maior.

Estas transferências para os sistemas energéticos serão realizadas ainda no ano corrente (2022), com o intuito de impactarem imediatamente no início do próximo ano. Adicionalmente, o setor energético aguarda o momento em que a ERSE realizar a apresentação da proposta de tarifas de eletricidade para 2023. Apenas nesse momento, será conhecida a repartição dos fundos, tendo em conta os níveis de tensão nas tarifas de acesso às redes. Relativamente ao gás, somente em dezembro deverá ser anunciada, pela ERSE, uma revisão extraordinária das tarifas.

Futuro do setor energético

Por conseguinte, é de elevada importância prevenir o futuro do planeta Terra e tomar medidas eficientes e rápidas. Por conseguinte, de maneira a antecipar o futuro que se aproxima, o setor de energia tem vindo (e continuará) a realizar investimentos elevados em inovação tecnológica, nomeadamente em start-ups tecnológicas, de forma a acelerarem a sua transformação e aproveitarem as oportunidades criadas pela crescente introdução de mais fontes de energia renovável e/ou limpa e tendências como a mobilidade inteligente.

Assim, de acordo com o relatório realizado pela Energy Trends Report, os grandes fatores de transformação do sector, nos próximos anos, serão o hidrogénio, os combustíveis sintéticos, a capacidade de armazenamento de energia e a digitalização dos sistemas.

Fontes:

• https://www.publico.pt/2022/10/12/economia/noticia/maior-intervencao-sector-energetico-destinase-empresas-2023750
• https://www.dinheirovivo.pt/economia/nacional/preco-da-eletricidade-deve-subir-28-no-mercado-regulado-em-2023-15263130.html
• https://eco.sapo.pt/opiniao/tendencias-da-transicao-energetica/

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