O uso de plataformas online como meio de compra e venda, isto é, ecommerce, tem sido, cada vez mais, utilizado pelos consumidores. Este meio de transação foi impulsionado, essencialmente, pela pandemia, que aumentou a necessidade do uso de meios digitais para permitir a determinados tipos de comércio exercer a sua atividade após confinamentos obrigatórios.
O INE identificou um crescimento na taxa de utilização do ecommerce de 5,2 pontos percentuais em 2021, face a 2020, sendo que um estudo de mercado revelado pela Mondial Relay também demonstrou que atualmente 71% dos portugueses fizeram compras online. O que vem comprovar que o ecommerce está cada vez mais enraizado nos hábitos de compra dos portugueses e que veio para ficar.
A inteligência artificial será um aliado do ecommerce pois, com o intuito de tornar a compra mais personalizada e eficaz, permitirá sugerir produtos de acordo com o perfil dos consumidores. Ainda no âmbito da personalização, também os produtos deverão ser cada vez mais personalizados, dando a possibilidade aos clientes de fazer alterações ou modificações nos produtos, como por exemplo escolher a cor dos mesmos. Este aumento exponencial deste tipo de compras requer, consequentemente, uma melhor resposta do serviço de apoio ao cliente online.
Segundo a base de dados Statista, espera-se que o ecommerce na Europa cresça 569,2 mil milhões de dólares até 2025. Neste sentido, qualquer marca deve acompanhar esta evolução e estar atenta às tendências, àquilo que é novidade no setor e àquilo que é ditado pelas exigências e necessidades dos consumidores.
1.1 Efeitos do ecommerce no mercado
Positivos
Foi possível verificar, segundo alguns estudos, que a utilização da internet como meio de comércio eletrónico permitiu às empresas procurar informações, para a compra de bens e serviços e permitiu adquirir o seu próprio site, para se conectarem com outros stakeholders. Os benefícios relatados são de uma maior competitividade, aparecimento de novos clientes, ou seja, uma maior promoção dos seus produtos, verificando um aumento das suas vendas.
Quando os canais estão direcionados ao consumidor, as empresas devem dinamizar os seus canais de distribuição eletrónica de maneira a corresponder às necessidades do consumidor. A procura de informações do produto, via eletrónica, varia consoante o valor que o cliente dá ao produto em causa. Com os produtos de menor valor para o consumidor, os canais mais procurados são através de software disponíveis em dispositivos móveis, que por norma têm pouca informação sobre o produto. Sendo que a empresa para ter melhores resultados, através do comércio eletrónico, deve adaptar-se às necessidades que os consumidores têm para cada tipo de produto.
Relativamente ao comércio eletrónico, este está muito associado à Internet, às suas contribuições para o desempenho das empresas, podendo ser avaliado através de critérios relacionado com estratégias utilizadas pela/na Internet.
Com a introdução das vendas pela Internet o ambiente torna-se mais competitivo, pois, está perante um maior número de concorrentes. O poder negocial com o consumidor altera-se, tem vantagens competitivas em relação aos concorrentes que não usam. Poderão ou não estar em vantagens com quem as usa, dependendo das soluções que oferece. Quanto mais sofisticada é a estratégia, provavelmente mais competitivo se torna o retalhista.
De modo geral, as empresas procuram melhorar os aspetos operacionais, como operações de pedidos e entregas, publicidade e questões relacionadas com marketing. Sendo assim, usam os recursos que possuem da forma mais eficiente. Tentam chegar a um mercado mais amplo, aumentando a carteira de clientes e melhorando a relação com os clientes e fornecedores, para assim, reduzir os custos e aumentar os lucros.
Negativos
Porém o comércio eletrónico também apresenta alguns riscos associados, com a estratégia que utiliza e o modo como se adapta. Pode-se traduzir em maiores custos com a aplicação de novas tarefas, tendo as empresas de ter cautela na forma como criam as sinergias entre os canais de distribuição. Devem fazer a gestão de espaço de forma eficiente, pois com o aumento das vendas online as empresas podem precisar de um aumento do espaço físico.
Outro dos grandes desafios com que as empresas têm de lidar é a complexidade do serviço. Um dos grandes obstáculos das vendas online é não haver a experiência física com a mercadoria, que permita ter de modo antecipado a sua experimentação, fazendo com que o cliente quando quer devolver a mercadoria, a empresa esteja preparada para o receber e adaptar de modo que os produtos postos à venda possam manter o mesmo grau de qualidade. Esta atividade vai gerar custos acrescidos e poderá trazer ineficiência. Também estes problemas podem afetar a lealdade dos seus clientes. Nos serviços prestados pelas empresas, nas vendas dos seus produtos de forma eletrónico também é muito importante o tempo que o produto demora a chegar ao cliente, ainda mais importante quando se trata de produtos com ciclo de duração baixa, a sua pontualidade e flexibilidade.
1.2. Análise de mercado do comércio eletrónico em Portugal
A Trusted Shops España, empresa que oferece serviços de criação de confiança e sistemas de análise de clientes para lojas online, fez uma análise de mercado sobre o comércio eletrónico em Portugal.
Ao longo do tempo, pessoas em todo o mundo vêm a alterar os seus comportamentos como consumidores, e os portugueses não foram exceção, 46% dos utilizadores da internet fazem compras online e cerca de 40% fazem as suas encomendas numa loja de comércio eletrónico espanhola.
Os seguintes dados representam o ranking das lojas online mais populares em Portugal, classificadas por vendas líquidas anuais de comércio eletrónico.
A presença de lojas online portuguesas no mercado tem vindo a crescer, sendo que 28% dos comerciantes já vendem através desta plataforma. De acordo com a INE e IDC, mais de 80% da população portuguesa navega na Internet e, cerca de 46% faz compras online. Em 2025 espera-se que atinja 59%.
Foi também verificado que 85% dos portugueses que usam ecommerce fazem as suas compras fora de Portugal e que 56% fazem as suas compras nacionais, sendo a Aliexpress um dos sites mais utilizados para compras.
O preço continua a ser o fator mais importante, não só porque identificam preços mais baixos como também têm acesso a promoções.
Vestuário e calçado foram os mais vendidos online, tanto em 2018 como em 2019. A categoria que registou maior aumento foram as refeições preparadas com entrega ao domicílio.
No gráfico acima, podemos ver algumas razões para abandonar a loja em 2019 (amarelo) vs 2018 (azul). As principais razões para o abandono são: o preço elevado, informação pouco clara ou insuficiente sobre o produto, desconfiança na entrega e desconfiança do vendedor.
Além disso, 86% dos consumidores utilizam o seu telemóvel para iniciar a pesquisa e oito em cada dez consumidores compram através deste aparelho.
1.3. Os utilizadores de ecommerce
A taxa de utilização do comércio eletrónico aumentou principalmente no caso das mulheres, mais 8,8 p.p., observando-se em 2021 uma proporção significativamente superior (43,2%) à dos homens (37,4%). O padrão dos produtos ou serviços encomendados é semelhante ao de 2020, mantendo-se a predominância dos utilizadores que encomendaram roupa, calçado e acessórios de moda (69,0% em 2021 e 60,4% em 2020), refeições em takeaway ou entrega ao domicílio (46,0% em 2021 e 38,2% em 2020) e filmes, séries ou programas de desporto (34,9% em 2021 e 34,3% em 2020).
Em 2021, 40,4% das pessoas dos 16 aos 74 anos efetuaram encomendas pela internet, mais 5,2 pontos percentuais (p.p.) do que no ano anterior.
A Área Metropolitana de Lisboa continua a ser a região em que a proporção de utilizadores do comércio eletrónico é mais elevada (46,6%), e nas regiões do Alentejo e do Algarve registam-se pela primeira vez percentagens de utilizadores ligeiramente superiores à média nacional. A região do Centro continua, tal como em 2020, a registar uma taxa muito próxima da referência nacional, com 39,8% de utilizadores de comércio eletrónico.
As proporções de utilizadores de internet que realizaram encomendas online são também significativamente mais elevadas no grupo etário dos 25 aos 34 anos (73,8% de utilizadores) e no caso dos utilizadores que detêm o ensino superior (67,9%) ou são estudantes (58,8%).
1.4. O acesso à internet em casa
Em 2021, 87,3% dos agregados familiares em Portugal têm ligação à internet em casa, mais 2,8 p.p. do que no ano anterior (84,5%). Aumenta também a proporção daqueles que acedem à internet através de banda larga, de 81,7% em 2020 para 84,1% em 2021, o que equivale a uma diferença de mais 33,8 p.p. em relação a 2010.
Contudo, apesar de se manter a tendência de crescimento, a taxa de penetração da banda larga nos lares portugueses continua a ser inferior à observada na União Europeia (UE-27) para 2020 (89%).
A ligação à internet em casa e a ligação por banda larga continuam a ser, em 2021, mais frequentes na Área Metropolitana de Lisboa, nas regiões autónomas dos Açores e da Madeira e na região do Algarve. A região do Alentejo continua a registar as taxas mais baixas de acesso à internet (82,1%) e em banda larga (79,0%).
1.5. Dados mais atuais
O comércio eletrónico global recuou 3% no primeiro trimestre de 2022, aponta o relatório Shopping Index.
O tráfego online recuou 2% no trimestre analisado e, globalmente, os volumes de encomendas caíram 12% a nível global. Na Europa foi registada uma queda de 13% nas vendas online e de 17% do volume de encomendas, que a Salesforce aponta ser impulsionada pelo aumento do preço dos combustíveis e também pela guerra na Ucrânia.
Com a inflação a subir um pouco por todo o mundo, este é apontado como um fator para justificar este decréscimo dos números do comércio eletrónico, a par de questões como os contratempos na logística e também a insegurança económica. Perante estes temas, a Salesforce aponta que os consumidores estão mais moderados nos gastos, após as subidas dos trimestres anteriores.
No mercado europeu, apenas Espanha registou números em contraciclo com esta tendência de decréscimo global, ao ver o comércio eletrónico subir 6% e as encomendas 3%.
1.6. Influência da pandemia no ecommerce
O comércio eletrónico deu um pulo de gigante com a pandemia. O encerramento das lojas físicas obrigou as empresas a criarem lojas online, ou a reforçarem as que tinham e deu motivo e oportunidade a quem nunca tinha comprado online para o fazer, vencendo barreiras que, até então, se ultrapassavam lentamente.
O Recovery Insights – Small Business Reset feito pela Mastercard a nível global, incluindo na Europa, apurou que as vendas feitas através de comércio eletrónico aumentaram 31,4% e que o número de empresas que digitalizaram o seu negócio triplicou em relação aos níveis pré-pandemia, com um pico em julho de 2020. A nível global, o eCommerce cresceu em 900 mil milhões de euros, mais 6 pontos percentuais comparativamente ao período pré-pandemia, e chegou a representar 11,8% do comércio total na Europa, quando na pré-pandemia representava 7,5%.
Os dados da SIBS confirmam esta tendência, também em Portugal. Luís Gonçalves, diretor de segmentação e gestão de mercados da empresa que gere a rede multibanco e que criou o MB Way, sublinha que o comércio digital representa agora, aproximadamente, 15% do total de compras pagas com meios eletrónicos em Portugal. Antes da pandemia representava 9%. Destaque para o MB Way, tanto nos pagamentos com número de telemóvel, como na criação de cartões virtuais MB NET, que nos últimos meses cresceu duas a quatro vezes mais do que crescia antes da Covid-19.
Na análise por sector, o ano de 2021 trouxe também a recuperação de algumas áreas muito afetadas pela crise sanitária, com as compras eletrónicas a voltaram a crescer em segmentos como os transportes de passageiros, a cultura e entretenimento, restauração e media, por esta ordem, apurou ainda a SIBS.
O barómetro de ecommerce da Marktest, com respostas recolhidas entre março e maio de 2021, mostrava igualmente que mais de 56% dos portugueses já fazem compras online e que quase um terço (30%) faz compras na internet entre duas a três vezes por mês e uma vez por mês. Os mesmos dados revelavam ainda que 14,2% dos que fazem compras online já as fazem semanalmente.
Os dados das lojas apontam a mesma tendência. Num balanço ao ano que agora está prestes a terminar, é isso que sublinha Gaspar D’Orey. “O número de clientes aumentou face ao ano passado, mas a métrica a destacar é realmente o número de compras recorrentes que foram efetuadas por quem já era cliente, demonstrando o sucesso da experiência end to end, desde a pesquisa à compra, à entrega e mesmo à devolução de um produto”.
Como acrescenta o CEO do Dott.pt, os portugueses descobriram realmente o ecommerce, e perceberam que conseguem comprar muitas das coisas que antes procuravam nas lojas físicas através da internet. “Isto nota-se, claramente, nos relatórios mais recentes que apontam para cerca de 50 a 60% da população a fazer compras online (contra 36% em 2019), e, mais ainda, pela abertura deste canal a uma faixa etária anteriormente pouco aderente, a população com mais de 55 anos”. Neste centro comercial virtual, por exemplo, e comparando o pré e o pós pandemia, os compradores com mais de 55 anos aumentaram de 11% para 25% do total de clientes, ao mesmo tempo que o número absoluto de clientes também cresceu.
“Este grupo descobriu que tem um mercado muito maior à disposição, e que em alguns casos ajuda, ainda, a combater a menor mobilidade que têm. Ao mesmo tempo, foi bastante positivo para as próprias marcas que tinham lojas físicas, porque perceberam que não precisam mais de estar reduzidas, em termos de clientela, àquele raio de 10 kms à volta da sua loja, e podem vender para o outro extremo do país”.
A expectativa para o futuro é de que o “crescimento da compra online se irá manter nos próximos anos, sem pôr em causa a manutenção e a importância das lojas físicas, que continuaram e continuam a ser um espaço de eleição para muitos consumidores”, como destaca António Fuzeta da Ponte, diretor de marca e comunicação da Worten.
Os dados da Marktest, recolhidos entre março e maio, confirmam que os artigos para o lar/decoração e os eletrodomésticos já estão no top 10 dos mais comprados online. A liderar o mesmo top estavam roupa e calçado. Seguiram-se as viagens e alojamentos de férias (24,5%), livros, telemóveis / tablet e cosmética. As compras de mercearia/supermercado surgiam na 11ª posição e a encomenda online de refeições em 6º lugar, com um quinto dos portugueses a usarem já estes serviços. A estatística sugere que esta se transformou numa das categorias de compras mais relevantes para os portugueses e a Uber Eats confirma.
1.7. Reutilização de produtos em 2ª mão para diminuir o impacto ambiental
Ao longo dos últimos anos, a economia tem vindo a apresentar um crescimento exponencial, assumindo-se como protagonista em todos os setores da sociedade. Nos últimos dois anos, mais especificamente, e muito devido à pandemia da Covid-19, a economia circular acompanhou esta tendência de crescimento nas mais diversas localizações de todo o mundo.
Com as políticas de confinamento implementadas pelos governos, registou-se uma redução da mobilidade das pessoas, diminuindo em grande escala as viagens de avião e de carro. Desde 1940 que o planeta não registava uma queda tão significativa nas emissões de CO2 para atmosfera – aproximadamente 7%. Por outro lado, a diminuição das viagens provocou também uma queda na procura e no preço no petróleo (algo que hoje até já esquecemos).
A economia circular não é mais do que um conceito estratégico de produção e consumo que assegura um crescimento sustentável ao longo dos anos. Com recursos cada vez mais escassos e uma necessidade ambiental de promover um melhor aproveitamento dos mesmos, a economia circular é essencial, tanto para a manutenção de níveis de crescimento económico, como para a preservação ambiental e de conservação de recursos.
O objetivo da economia circular tem como premissa um maior aproveitamento dos recursos materiais à nossa disposição, aplicando três princípios básicos: reduzir, reutilizar e reciclar. Desta forma, o ciclo de vida dos produtos é prolongado, os resíduos são utilizados e um modelo de produção mais eficiente e sustentável é estabelecido ao longo do tempo.
Pode-se então afirmar que a pandemia foi uma aliada para a consciencialização e a expansão da economia circular.
Até agora tem-se vivido em modelos de produção linear, isto é, extrai-se, produz-se, consome-se e descarta-se. A sociedade que vive neste tipo de modelo revela-se insustentável para as pessoas e para as organizações. A economia circular, por sua vez, estabelece um modelo de produção e consumo mais sustentável, no qual as matérias-primas são mantidas durante mais tempo nos ciclos de produção e podem ser utilizadas repetidamente, gerando assim menos desperdício.
A verdade é que, nos dias de hoje, já são muitas as organizações que começam a ter a noção clara de que a sustentabilidade tem uma grande influência nas suas operações, nomeadamente na redução dos índices carbónicos que cada uma produz na sua atividade.
A sustentabilidade e a responsabilidade das empresas não podem voltar a ser ignoradas e, por isso mesmo, identificam-se 2 razões pelas quais a economia circular é fundamental para os negócios:
- Proteção de Marca
Ao longo dos últimos anos, o ecossistema organizacional tem-se vindo a tornar cada vez mais digital, imediato, mas, essencialmente, global. Esta ideia de “aldeia global” faz com que as empresas que não adiram às atuais normas de sustentabilidade sejam criticadas pelo público. À medida que as novas gerações “pressionam” as gerações mais velhas para a mudança, as organizações sentem-se obrigadas a incluir a economia circular e políticas sustentáveis nos seus negócios.
- Consumidor cada vez mais disposto a pagar por soluções sustentáveis
Um dos vários argumentos utilizados por parte das organizações contra a utilização de soluções verdes é o elevado preço das mesmas. No entanto, os consumidores de hoje querem apoiar empresas cujas filosofias se alinham com os seus ideais, e as iniciativas verdes estão na linha da frente. Ao adotar um modelo empresarial mais ambiental, poderá alargar a sua base de consumidores e criar maior fidelidade com os clientes. Vários têm sido os estudos realizados que mostram que os consumidores optam, cada vez mais, por comprar produtos recicláveis e sustentáveis mais caros do que produtos com elevados níveis carbónicos de produção.
Em suma, percebe-se que existe uma grande urgência no ecossistema empresarial para que as organizações se tornem mais “verdes” e sustentáveis, reduzindo os seus elevados níveis carbónicos. O primeiro passo para atingir esse objetivo passa pela implementação de tecnologias de gestão de ativos físicos capazes de congregar módulos de Sistema de Gestão Ambiental e de Sistema de Gestão Energética, o que simplifica o cumprimento da conformidade ambiental e dos relatórios de sustentabilidade. Este tipo de tecnologia garante a gestão do cálculo da pegada carbónica, com base em toda a informação de gestão de ativos físicos: métricas de qualidade de energia, água, gás, combustíveis fosseis e rastreio de resíduos perigosos produzidos. Para além disso, permite também, às organizações, ver em tempo real consumos, de forma simples e a baixo custo.
Acredita-se que as pessoas e as organizações estão hoje conscientes da necessidade de interiorizar processos de economia circular, mas ainda há muito caminho para percorrer na definição e implementação de modelos de produção que produzam eficácia.
Um estudo recente do Finnish Innovation Fund Sitra – Fundo de Inovação finlandês Sitra, em português, parece ter encontrado uma solução para as alterações climáticas. Os dados recolhidos indicam que as intervenções da economia circular em quatro setores-chave podem travar a perda global de biodiversidade e ajudar a biodiversidade mundial a recuperar para os mesmos níveis do ano 2000 até 2035.
O estudo indica que, ao abordar quatro setores – Alimentação e agricultura, Florestas, Edifícios e construção, e Fibras e têxteis -, consegue-se não só melhorar a pegada carbónica desses setores, como, através da economia circular, registar um grande avanço no combate à perda global de biodiversidade. Mesmo que nenhuma outra ação seja levada a cabo.
Como afirma Kari Herlevi, diretor de projeto no Sitra, “é possível travar a perda de biodiversidade, mas requer mudanças significativas na forma como produzimos, consumimos e gerimos produtos e materiais. A economia circular oferece soluções, e o melhor é que estas soluções estejam prontas para serem utilizadas.”
Impacto da economia circular:
- Alimentação e agricultura: as reduções da poluição e da perda e desperdício de alimentos ao longo da cadeia de abastecimento aumentam a eficiência da produção para reduzir as necessidades de consumos, particularmente de proteínas, enquanto a agricultura regenerativa tem efeitos positivos sobre a biodiversidade.
- Florestas: as melhorias na vida útil dos produtos e a reutilização de produtos e materiais reduzem a procura de madeira. A madeira nova provém de florestas geridas de acordo com princípios regenerativos para melhorar os resultados da biodiversidade.
- Edifícios e construção: menos materiais e menos espaço urbano são utilizados, prolongando a vida útil dos edifícios, otimizando a utilização ativa, reduzindo a utilização de materiais e reutilizando e reciclando materiais. Mais materiais renováveis são utilizados na construção.
- Fibras e têxteis: a procura de novos materiais é reduzida através do aumento da durabilidade, taxas de utilização, reutilização e reciclagem do vestuário, enquanto métodos regenerativos de cultivo são cada vez mais utilizados.
Fontes consultadas:
- http://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/67319/1/Lucas%20FF%20PG36473.pdf
- https://ecommercenews.pt/analise-de-mercado-do-comercio-eletronico-em-portugal/
- https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpgid=ine_main&xpid=INE
- https://www.jornaldenegocios.pt/empresas/comercio/detalhe/comercio-eletronico-global-recua-3-no-primeiro-trimestre-europa-com-tombo-de-13
- https://www.jornaldenegocios.pt/sustentabilidade/economia-circular/detalhe/economia-circular-pode-travar-perda-global-de-biodiversidade
Quer saber mais sobre este tema?
Na Macro Consulting apoiamos a gestão da sua empresa de forma transversal com vista a garantir melhorias na performance operacional e financeira.
Com o nosso conhecimento em finanças, sistemas de informação, gestão de risco, operações e recursos humanos, trabalhamos em conjunto com a empresa para identificar oportunidades de melhoria nas mais diversas vertentes.