Todas as empresas, ao longo do seu percurso, cometem erros que afetam negativamente a sua atividade ou, no extremo, põe em causa a sua continuidade no mercado. Neste cenário, o fracasso é inevitável…
Apresentamos 5 razões para o fracasso, tendo por base o caso da Segway.
1. EXPECTATIVAS MUITO ALTAS
Para contextualizar, Segway é um meio de transporte, mais especificamente um diciclo. Foi criado em 2001 por Dean Kamen que, para além desta invenção, foi o responsável pela criação do primeiro dispositivo de insulina do mundo, dispositivos de filtragem de água, entre outros.
No início, este veículo foi descrito como sendo o transporte de futuro. Como uma inovação, comparava-se com o PC ou a internet. Inevitavelmente não conseguiu fazer jus às expectativas…
Acreditar no projeto e ter elevadas expectativas é fundamental para o sucesso, no entanto o excesso revela-se (quase sempre) prejudicial.
2. OFERECER UM PRODUTO/SERVIÇO EM VEZ DE UMA SOLUÇÃO
O produto parecia muito interessante mas pecou pela falta de explicações acerca do mesmo. Na prática, ficaram por responder a diversas questões que se colocavam como prioritárias:
- Onde poderias estacionar?
- Quanto pagarias de estacionamento?
- É para utilizar na estrada ou no passeio?
- …
As cidades estavam desenhadas para pedestres ou veículos e, esta invenção, não era nenhuma destas. Como não se sabia qual era a ideia de enquadramento dos proprietários, gerou-se um enorme vazio à volta deste problema.
Esta falta de contexto e informação fez com que poucos vissem este produto como uma solução efetiva…
3. NÃO TER UM TARGET DE MERCADO DEFINIDO
Quem era o target de mercado?
Esta é mais uma das questões para a qual não se obteve qualquer resposta aquando do lançamento do Segway. Na mesma linha, quem realmente necessitava desta “solução?”
Na prática não havia ninguém que necessitasse fundamentalmente deste produto. Além disso, o preço de €5.000 por algo “desnecessário” era demasiado caro.
4. FALTA DE FEEDBACK DO MERCADO
O Segway foi patenteado e permaneceu em segredo até à data de lançamento. Não houve qualquer tipo de feedback pela parte do utilizador ou qualquer iteração durante o processo de produção do produto.
Isto não permitiu que o mesmo pudesse ser adaptado às necessidades de um potencial tipo de cliente-alvo. Os inventores ficaram por isso surpreendidos quando criticaram e ridicularizam o design por parecer “muito mau”.
Problemas como este poderiam ter sido resolvidos antes do lançamento do produto se os responsáveis tivessem tido essa preocupação.
5. REGULAMENTAÇÃO
Este produto falhou pela falta de regulamentação em muitos países. Na prática, o mesmo não encaixava em nenhuma das duas formas previstas para as pessoas se deslocarem: passeios ou estradas.
Pela falta de encaixe do produto em passeios ou em estradas, este acabou por ser banido/proibido numa série de países. Este problema é muito comum em muitos dos produtos revolucionários que surgem.
De forma a reforçar todos estes pontos, existiram ainda acontecimentos inesperados que reforçaram o fracasso do produto.
Jimi Heselden, um milionário de 62 anos, que fez fortuna com o desenvolvimento de um muro explosivo para proteger as tropas no Iraque e no Afeganistão, comprou a empresa Segway em Dezembro de 2009. Menos de um ano depois, em Setembro de 2010, o empresário inglês morreu enquanto andava de Segway numa das suas propriedades, num acidente. Este acontecimento insólito veio ainda levantar mais questões quanto à aplicação do produto, nomeadamente quanto à estabilidade.